Título no Brasil(Original): Peste a Bordo (Plague Ship)
Autor: Frank G. Slaughter
Editora: Nova Cultural
Páginas: 304
Ano: 1990
Sinopse oficial
Vinda das profundezas do passado, uma doença ameaça dizimar a humanidade!
Nas altitudes rarefeitas dos Andes peruanos, um arqueólogo encontra por acaso uma tumba antiga, involuntariamente libertando germes em estado latente que mais de cinco mil anos antes haviam dizimado uma civilização inteira. O que acontece quando esse tal organismo, para o qual não existe antídoto, reaparece com toda sua virulência constitui o arcabouço.
Antes de mais nada: Frank Gill Slaughter foi um médico e romancista americano autor de diversos romances médicos.
Minhas Impressões
Bom, o livro começa com o protagonista (um renomado epidemiologista da CDC) Dr. Grant Reed desembarcando e enfrentando sua atual vida de divorciado.
Após uma breve explicação da vida atual do Dr. o autor nos transporta para Chimbote (uma cidade costeira no norte do Peru) onde o irmão do Dr. Reed, um arqueólogo e geólogo, após uma perfuração encontra uma caverna funerária. Depois de bater uma fotografias e recolher um material para análise, o arqueólogo percebe que seu periscópio apresenta uma "sujeira" e sem saber o que é a "sujeira" ele liberta uma bactéria adormecida por mais de cinco mil anos e que dizimou toda a população da região no passado.
Depois de um tempo, o irmão do Dr. Reed começa a passar mal (muito mal) e sua namorada entra em contato com o médico para salvar a vida do irmão. Chegando na cidade, Grant é recebido pela namorada de seu irmão e logo encaminhado à residência de sua irmão nos arredores de Chimbote.
Ao chegar na casa, o protagonista logo percebe a falta de alguns instrumentos (microscópio, máquina fotográfica, etc) que foram roubados, mas encontra uma amostra da "sujeira" e que após uma breve análise identifica como um agente biológico, sem saber que o mais mortal com que ele se depararia.
Bom, após uma série de encontros e desencontros, boa parte da cidade foi contaminada pelo ladrão e o Dr. Reed se vê obrigado a voltar a trabalhar com a equipe de médicos e enfermeiros do navio hospital Mercy (daí o nome do livro).
Com a doença avançando rapidamente, a parte mais tradicional da população vê os médicos americanos e o navio como amaldiçoados e/ou vampiros (por coletar sangue para análises clínicas). Após longas jornadas de trabalhos em terra e a bordo do navio, Dr. Reed vê a necessidade de avançar nos estudos da doença e com isso entra em contato com o CDC pendido auxílio material para análise e em contra partida o CDC envia uma repórter (ex-esposa do médico) para cobrir o combate à doença.
Chimbote - Peru |
Sem as amarras, o navio foi levado pela maré e com muita sorte passou pelas rochas (como pode ser visto na foto acima) e saiu do porto sem danos. Em alto mar, o navio foi levado pela maré.
"Não há nada de tão ruim que não possa piorar", como diria a Lei de Murphy. E as coias pioraram para o navio. A população doente - mas melhorando aos poucos graças aos esforços do Dr. Reed, a namorada de seu irmão (que nessa altura do livro já havia falecido) e dos enfermeiros do navio - , liderada por um deficiente físico e com auxílio de um americano erradico em Chimbote, armaram um motim e tomaram o navio.
Durante uma tempestade, as janelas do laboratório quebraram e muita água do mar entrou e "contaminou" às amostras que o Dr. Reed cultivava para testar possíveis curas. Para a sorte do Dr. a água do mar é rica em um elemento que induz a mutação e com isso favorecendo no enfraquecimento e até mesmo morte (ou cura) do agente causador de doenças. Esse "banho" mostrou ter sido bem eficaz e as amostras mutaram e com isso foi possível desenvolver uma cura para a doença.
O grande lance da história é que o arqueólogo mandou uma amostras (contaminadas) para os EUA para análise de carbono 14 e a pessoa que recebeu a amostra era um professor, que contaminou a turma e a turma contaminou seus parentes e assim por diante. Em poucos dias, a doença estava alastrada pelos EUA e em vários cantos do mundo, enquanto a única pessoa possível para deter ou achar a cura estava em um barco à deriva em alto mar.
Durante todos os dias à deriva, a repórter enviava mensagens para o seu jornal sobre a evolução da pesquisa e fazendo diário sobre a evolução da "Nau do Empestados".
Ilhas Galápagos |
Chegando à Ilha, os amotinados desceram e a tripulação (sim, pessoas vivem lá, não apenas os animais estudados por Charles Darwin) pôde finalmente pedir socorro ao mundo e assim produzir a cura em grande escala e salvar a população mundial do mesmo fim que a população de Chimbote teve milhares de anos antes.
Antes que esqueça: a namorada do falecido irmão do Dr. Reed se paixona pelo Dr. Reed e os dois terminam juntos.
O autor, por ser médico, capricha bastante na descrição dos detalhes de laboratório (prática, instrumental, dinâmica) e o livro tem como tensão principal as tentativas e fracassos na descoberta da cura. Entretanto, em nada é desmerecida a tensão narrada em terra (na cidade de Chimbote na busca do paciente zero ou algo próximo) ou a narrada a bordo do navio.
Muita gente gosta de comparar livros de diferentes autores. É comum encontrar sites que comparam este livros com algum livro de Robin Cook ou Michael Crichton. Eu particularmente errado, pois são autores diferentes e diferentes formas de abordar situações parecidas (Vírus de Robin Cook ou O Enigma de Andrômeda de Michael Crichton).
Peste a Bordo foi um livro que se mostrou bem interessante, rico em informações e com uma narração bem fluida. E assim como a máxima de "não comprar um livro pela capa" Peste a Bordo me surpreendeu, considerando a capa bem ruim (primeira imagem da postagem).
Eu recomendo a leitura e os interessados, o livro pode ser encontrado à venda em diversos sites de livros e com preços bem baixos.
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