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    O Pastor



    Título no Brasil(Original): O Pastor (The Shepherd)
    Autor: Frederick Forsyth
    Editora: Editora Record
    Páginas: 70
    Ano: 1975


    Sinopse Oficial (nas orelhas do livro)

    FREDERICK FORSYTH, o brilhante escritor de O Dia do Chacal, O Dossiê Odessa e Cães de Guerra, oferece aos seus leitores esta empolgante história de Natal que se chama O PASTOR e se destina sem dúvida a ser um clássico do gênero.
    Era, pois, um piloto inglês que numa véspera de Natal e tempo de paz partiu da Alemanha para a Inglaterra a fim de passar a noite na casa de família e iniciar as férias.
    Tudo estava bem e em ordem como convém a uma história de Natal. De passagem sobre as cidades da Alemanha e da Holanda, as casas e as ruas estavam iluminadas e o espírito alegre e cheio de esperança do Natal reinava por toda a parte.
    Mas em plena travessia do Mar do Norte, houve alguma coisa imprevista no aparelho a jato, ainda mais dolorosa e catastrófica por ser aquela noite.
    No fim das contas. o sistema elétrico do avião não funcionava e, por isso, não era possível obter pelo rádio as informações necessárias para o pouso numa noite de nevoeiro. Quando tudo parecia perdido e o combustível já se esgotava nos tanques, apareceu uma ajuda inesperada.
    Outro avião surgiu do nevoeiro e guiou para um pouso o piloto desesperado, dando-lhe naquela noite de Natal ao menos o conforto da terra firme e de um abrigo.
    Foi muita sorte do aviador aquele auxílio imprevisto e providencial. Mas tratar-se-ia realmente de sorte?
    Foi a dúvida em que ficou o piloto e em que ficarão todos os que tiverem a sorte de ler esta história simples, comovente, cheia de amor e de mistério como o próprio Natal.


    Minhas Impressões

    O livro é bem curto, com apenas 70 páginas, com uma história simples, sem muitas reviravoltas (nenhuma na verdade), com apenas um personagem (os demais não merecem nem ser secundários de tão rápido que aparecem). Ou seja, tem tudo pra ser um livro frio, sem graça e monótono, porém é espetacular.

    Tudo bem, sou suspeito para dizer que o livro é espetacular, pois sou admirador do trabalho do Frederick Forsyth e tenho uma queda por histórias que se passam em lugares que chamo "limitados" (barcos, navios, aviões, casas, etc.) e que exigem do autor uma trabalho árduo para a história não ficar monótona. Tenho ótimas sugestões e uma delas já foi postada aqui no site (Peste a Bordo) a as demais serão postadas futuramente.

    Vamos ao livro:

    Voltemos à noite de Natal no ano da graça 1957, o piloto (que em momento algum foi identificado, apenas referido como Tenente) espera autorização para levantar voo de CELLE (nome da base aérea da R.A.F.  na Alemanha do Norte) rumo a Blighty (gíria inglesa para Grã-Bretanha).

    Após a autorização dada e cordiais trocas de "feliz natal" o "Tenente" levanta voo e em poucos minutos avista apenas luzes fracas das cidades e vilas próximas à pista de pouso, mudando logo em seguida para frequência do Controle Aéreo da R.A.F. na Alemanha do Norte e assim rumando em definitivo para casa.

    O planejamento inicial era que após a decolagem o "Tenente" mudaria sua rota em 265º e subiria até atingir 8.000 metros de altitude. Depois de atingir a altura checaria com o Controle Aéreo da RAF e continuaria por mais 45 minutos do voo até chegar a área coberta pela Controle Aéreo de Lakenheath até o pouso.
    Mar do Norte ou North Sea

    De Lakenheath pegaria um ônibus até Londres e de lá um carro que o levasse até Kent, onde seus pais moravam. Tudo estava planejado para almoçar com seus pais no dia de Natal.

    Tudo ia perfeito, quando, aos 20 minutos de viagem, quando sobrevoava a aproximadamente 10 o
    Mar do Norte percebeu que o barulho típico da estática do rádio cessou de forma tão tranquila que levou algum tempo para perceber. O barulho fora substituído por um vácuo de silêncio total.

    Devido aos pensamento do almoço em família não percebeu o a gravidade do problema até olhar para bússola e vê-la rodopiando ao invés de marcar 265º.  Até este momento, o "Tenente" esperava voar até Lakenheath e por rádio solicitar um PCT (Pouso Controlado por Terra).

    Depois de 34 minutos de voo, penso em entrar em contato com Lakenheath,  só que seria uma irregularidade, pois deveria primeiro contactar o Controle Aéreo da R.A.F.. Foi neste momento que percebeu que não tinha mais rádio. Voava totalmente sem bússola e sem rádio.

    Após um tempo, percebeu que não foi coincidência que o rádio e a bússola tenha falhado ao mesmo tempo, pois ambos necessitam de eletricidade e com certeza deveria ter um fusível queimado, que era impossível ser trocado àquela altura.

    Lembrou das instruções do curso de piloto e que deveria diminuir as revoluções ou rotações do motor de 10.000 para 7.200 RPM. Feito isso, ajustou o equilíbrio para manter o avião nivelado.

    Console central: Vampire Cockpit (clique
    para ampliar)
    "São seis os instrumentos diante de um piloto, inclusive a bússola. Os outros cinco são o indicadorde velocidade, o altímetro, o indicador da inclinação (que mostra quando o avião está virando para a direita ou para a esquerda), o indicador de deslizamento (que mostra se o aparelho está escorregando como um caranguejo através do céu) e o indicador de velocidade vertical (que mostra se o piloto está descendo ou subindo e com que velocidade)". Os três últimos funcionavam por eletricidade e tinham tido o mesmo enguiço da bússola. Restavam, portanto, os dois instrumentos que funcionavam sob pressão: o indicador de velocidade horizontal e o altímetro. Em outras palavras, podia saber a velocidade em que ia e a altura em que estava.

    Console central: Vampire Cockpit com explicações (clique
    para ampliar)
    Após um período e baixando ainda mais o avião, o piloto percebeu o quanto o céu era solitário a noite, principalmente sem rádio e mesmo com a lua tão clara em um céu tão limpo sobre ele. Quando se viu sem solução e o combustível diminuindo, começou a cogitar o seu afastamento da costa, para evitar qualquer acidente em alguma área habitada, como fora ensinado em seu treinamento.

    Lembrou dos vídeos em que pilotos eram salvos após um PCT bem sucedido ou com um avião guia ou "Pastor", mas todos tinham rádio. juntamente com as imagens, lembrou de seu instrutor dizendo que deveria sempre fazer algum tipo de manobra estranha constantemente para que os controladores percebessem o estranho comportamento e mandassem assim um avião para averiguar.

    De Havilland Mosquito
    Iniciou se "manobra estranha" fazendo triângulos com dois minutos de voo em cada lado, mudando de rota em 120º em cada vértice do triângulo. Fez a manobra três vezes, mas sempre preocupado com seu escasso combustível. Vendo que nada acontecei, começou a rezar, mesmo a anos sem fazer.

    Aparentemente, ou sua oração errônea ou suas "manobras estranhas" deram certo, pois pouco depois,já sem esperança nenhuma um avião, mais precisamente um De Havilland Mosquito, um caça-bombardeiro da Segunda Guerra Mundial.

    De dentro de sua cabine ele avistava o piloto do Mosqiuito e seus gestos para iniciar o procedimento de descida, além de ver claramente, pintada em letras pretas e grandes as letras JK que deveria ser o código de chamada pro rádio "Juliet Kilo".

    Após um breve período de descida, o tanque de combustível do Vampire estava quase vazio e o altímetro começa a marcar zero quando o "Tenente" avistou luzes que indicavam uma pista de pouso.

    Durante o pouso, o piloto do Vampire percebeu que não mais nenhum combustível. Sorte!?

    Jowett Javelin "novo" e sem amassados
    Após o pouso, "Tenente" achava que iria ser recebido por uma equipe de terra com bombeiros, paramédicos, etc., mas somente depois de muito tempo é que apareceu um veículo, um Jowett Javelin velho e amassado e sem identificação de ser um carro oficial. Ao volante, vinha um senhor de idade, com chapéu da R.A.F. e perguntando se o "Tenente" havia pousado no Vampire.

    O " Tenente" entrou no carro e os dois foram rumo ao cassino dos oficias da base. Durante o percurso, o pilto do Vampirie pôde constatar o cheiro de álcool no hálito do motorista do Jowette durante a conversa. No percurso entre a pista de pouso e o cassino, o motorista teve que parar para desligar as luzes da pista de pouso, já que ali não era mais uma base aérea e sim um depósito da R.A.F, como informou ao "Tenente".

    Durante o percurso, o "Tenente" foi contando todo o ocorrido em seu voo e explicando cada detalhe, sem que o motorista demonstrasse muito interesse na conversa, fazendo comentários vagos e só mostrando interesse quando perguntou sobre como o "Tenente" chegou à pista de pouso do depósito.

    Depois de muito explicar e o motorista não ligando para a conversa, o "Tenente" perguntou se a antiga base tinha algum avião para PCT e tendo a negativa como resposta, perguntou se ali era a Base de Merrian St. George e tendo novamente como a negativa do motorista, arguiu o mesmo se não poderia ser a Base de Marhan, Chicksands ou Lakenheath. Foi quando o motorista  falou que ali era a antiga Base de Minton.

    Chegando ao cassino, o "Tenente" percebeu que era um lugar abandonado já que o salão de festas estava vazio. Após um rápido passeio pelo salão vazio, o motorista que foi identificado como Tenente Marks foi chamar o encarregado do cassino. Antes de partir a procura do encarregado, Marks autorizou o "Tenente" a utilizar o telefone, já que este ia ligar para as bases aéreas mais próximas para agradecer ao piloto do Mosquito por ter sido o "Pastor" e ter salvo sua vida.

    Após as ligações, o "Tenente" descobriu que nenhuma base havia mandado um avião para um PCT e então, durante a última ligação, descobriu que nenhum Mosquito era mais utilizado pela R.A.F., mas que algum avião poderia ter sido vendido a algum particular, que durante os nevoeiros alçava voo para auxiliar a todos em dificuldade.

    O Tenente Marks retornou alojando o "Tenente" no quarto 17. Ao entrar no quarto, deparou-se com um senhor que aparentava ter uns 70 anos e que logo se identificou como Joe. Após uma curta conversa durante o jantar, o "Tenente" parou em frente a lareira e viu uma fotografia com um piloto em frente ao seu avião, um Mosquito igual ao tinha salvo sua vida.

    Perguntando a Joe sobre a foto, o encarregado respondeu era de um piloto irlandês chamado Kavanagh e que era seu governança durante a guerra. Então o "Tenente" percebeu que o JK no avião não era de Julliet Kilo e sim Johnny Kavanagh, que segundo Joe era um piloto soberbo e que após os seus voos durante a guerra, retornava a base, abastecia seu Mosquito e servia de Pastor aos aviões danificados ou com qualquer problema.

    Depois dessa informação, o "Tenente" percebeu tudo:Kavanagh era um ex-piloto de guerra que deve ter adquirido um Mosquito nos leilões da R.A.F. e assim voltou a voar e a ajudar os pilotos em dificuldades próximos a uma área que conhecia como a palma de sua mão.

    Após esta "constatação", o "Tenente" falou:
    "Bem, ao que parece, ele ainda está fazendo a mesma coisa, sabia?
    O velho Joe sorriu.
    - Infelizmente, isso não é possível. Johnny saiu no seu último vôo de patrulhamento na noite de Natal de 1943. Faz exatamente quatorze anos esta noite. Caiu com o avião em algum ponto do Mar do Norte. Boa noite, Tenente. Feliz Natal"


    - FIM - 

    E assim acaba o livro, que como disse no início é um livro simples, mas espetacular.

    Caso você tenha curiosidade sobre os detalhes citados pelo autor, a CBC (Emissora de televisão do Canadá) montou um especial com a rota, os pontos citados, a localização das bases citadas, etc. e que você pode ler AQUI (em inglês)






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